Pelos trilhos e vales de Vimioso


No fim-de-semana passado, a convite do município tive o privilégio de visitar «Terras de Vimioso».

O concelho de Vimioso é detentor de um património cultural e paisagistico cuja relevância e riqueza se encontram bem expressas. A sua singularidade está bem vincada, tanto nas suas gentes como no seu território.

A paisagem do concelho de Vimioso é fortemente marcada pelos vales encaixados dos Rios Maças, Sabor e Angueira. Estes vales constituem-se como autênticos santuários de biodiversidade.

No que toca ao património natural, Vimioso surge integrado na maior reserva de Biosfera Transfronteiriça (Reserva da Biosfera da Meseta Ibérica).

Aqui há Burro e é mirandês!
Pacientes, afáveis e muito calmos, os burros serão grandes cúmplices de crianças e adultos nesta aventura, são meigos, não dão coices nem mordem (quando tratados com respeito), não são nervosos (quando se assustam param, em vez de fugir como o seu “primo” cavalo), são comilões, fortes e espertos!

Burros de Miranda

De natureza afável os burros serão as personagens principais desta aventura ao longo da qual os participantes serão apresentados a estes simpáticos animais, cuja existência se encontra seriamente ameaçada em resultado do abandono das atividades agrícolas tradicionais e da modernização dos transportes.


Os Moinhos de água
A maioria deles eram designados “Moinhos do Povo” e pertenciam à população de cada uma das aldeias, sendo geridos e mantidos pela comunidade local e utilizados à vez de acordo com o regulamento aprovado pelo Concelho do Povo. Cada aldeia, conforme a sua dimensão e produção, tinha um, dois ou três moinhos junto às ribeiras mais próximas quando o seu regime hídrico se ajustava convenientemente.

Moinho de água

Ponte Medieval de São Joanico

Quando o relógio marca 13h00 horas e a fome já começa a apertar, como que a pedir o “mata-bicho”, entram e cena as sopas de segada, preparadas com a água de cozer as carnes de porco, pão fatiado, azeite, grão de bico e mansinhas pevide. O resultado é uma sopa seca com a consistência necessária para fazer os segadores recuperarem forças.
Esta foi uma das iguarias que não faltou nas recriações de uma merenda, à imagem de outros tempos.

Sopa de Segadas

Rio Algoso e Ponte Medieval





LENDA DO BRUXO DO CASTELO DE ALGOSO
Contam os avoengos que, há muitos, muitos anos, o castelo de Algoso era dos mouros, vivendo lá um bruxo muito rico, que tinha passado toda a sua vida a juntar muito ouro e muitas jóias.
Castelo de Algoso

Certo dia, os cristãos resolveram conquistar o castelo, expulsando os mouros. Como bruxo era adivinho, soube desse ataque e, umas horas antes,, saiu do castelo com o tesouro, para sorrateiramente, ir enterrá-lo junto a uma fonte ali perto.

Quando estava nesses trabalhos, eis que lhe surge uma rapariga, que ia buscar água à fonte com um cântara de barro. O bruxo, receoso que a moça denunciasse o seu segredo, tratou logo de a encantar com as suas artes mágicas, dizendo:

– “EM COBRA FICARÁS ENCANTADA, PARA QUE ANDES SEMPRE DE BOCA CALADA!”

E assim aconteceu. A moça lá ficou junto à fonte transformada em cobra. Depois o cristãos tomaram o castelo aos mouros, matando uns, ferindo outros e expulsando os restantes; mas do bruxo nunca mais se ouviu falar.

Algoso

A aldeia de Uva, um pequeno aglomerado populacional, apresenta características únicas. Situada nas margens da ribeira das Fragas, a aldeia permite-nos conhecer alguns elementos arquitetónicos tradicionais e muito peculiares, os pombais. Estes possuem uma forma em ferradura, de uma ou duas águas, e permitiriam, em tempos, criar pombos para alimentação das populações (borrachos) e fertilizante para os terrenos agrícolas (pombinho).

Pombais de Uva

Pombais de Uva

Associação Aldeia na Vila Chã da Ribeira

Igreja Matriz de Vimioso


Ponte de Izeda
VOLTAREI!!!

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